sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Inicio com dois pontos...

: é o atraso do táxi, a ligação para um número errado, o lugar ocupado na poltrona ao lado da sua no avião, o sorriso que percorre um caminho não direcionado, o bilhete dentro do livro emprestado de uma biblioteca pública, a carona de guarda-chuva oferecida por um bom samaritano, a fila de espera de bilheteria daquele filme que vc rala um monte, o vício por leite com toddy que te leva ao lugar mais improvável às 11 e meia da noite, o curso de latim que vc resolve fazer nas férias por pura falta de ter o que fazer, a mudança de atalhos, de retina e de gentilezas.

 São os jogos da casualidade, os casos embanhados pelos acasos que fazem vc encontrar uma esperança; o amor que, afinal, saiu da sala de espera; o efeto de um amigo que não tem nada a ver contigo, ou a amiga que é uma irmã "trocada na maternidade"? É a lei das probabilidades regendo todo o seu destino, ou talvez, a sua sina em se esbarrar ou sentar ao lado de alguém que te indicará uma nova direção, um novo riacho a ser explorado ou, quem sabe, te ensinará o caminho, tendo ao seu lado, aquele alguém que, não por acaso, estava figurando nas possibilidades trazidas pela sorte ? São os porventuras que te mostram a música que foi feita pra vc, o click que te fez sacar toda a teoria mais complexa que fizeram o favor de inventar, que te une à uma pessoa por um trecho, uma conexão aérea, uma vida?

E se tais encontros, entregues à boa vontade da sorte, não tivessem acontecido? E se o táxi tivesse chegado na hora marcada? e se a poltrona do avião tivesse ficado vazia? e se o bilhete no livro fosse encontrado por outra pessoa? e se o curso de uma língua morta passasse sem ser notado? e se a gnt seguisse sempre a mesma trilha, a mesma cartilha do abecedário?
E se... o acaso não existisse? Por acaso, ele existe mesmo?
Pô! é mta filosofia de Zeca Pagodinho "deixar a vida te levar" ou acreditar num "fantasminha camarada", como o tal do Acaso. Aí, agora me veio uma ideia: acaso, a Sorte não seria a companheira do Acaso?

Então, é assim? Eu vou seguindo o meu manual de instrução, sou e faço tudo politicamente correto, digo "saúde" para qm acabou de espirrar, faço exame de rotina a cada 6 meses, bebo dois litros de água por dia, não faço mal a ninguém, vou à igreja aos fins de semana, leio o que me indicam que é bom, e daí... quem sabe um dia, por uma bendita casualidade (ou por consequência do meu bom comportamento durante o ano), a sorte chega em mim, na maior postura de gênio da lâmpada, e diz: Olhe, olhe, cá estou eu, beije os meus pés, pke hoje é seu dia de sorte!? E se a reverendíssima Sorte estiver ocupada em atender pedidos de alguns sortudos por aí?, eu deixarei de encontrar a pessoa que me auxiliará a tecer toda a trama do meu novelo? Óh, um gigantesco azar, hein!

Aham....senta lá, Senhora Sorte!

Ah não. Eu suponho que se deixar à deriva é ser totalmente cético. Tomar essa postura passiva, frente à vida, é duvidar do Arquiteto Maior do Universo.

Se exatamente aquela pessoa ocupou o assento 12B do avião, e o seu era o 12C, aproveite para brincar com ela de descobrir desenho nas nuvens; daí, se algo mágico rolar é porque tem um "porquê". E o nosso "acaso" foi apenas um pano de fundo para juntar duas pessoas que tinham tudo para não se encontrarem, mas que, por força divina, se encontraram.
E descobrir a missão de cada um em sua vida é fascinante!

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