quarta-feira, 9 de março de 2011

Meu ponto Gê.

"E a gente no quarto,
sente o gosto bom
que o oposto tem." (8)




Coisa mais ridícula é esse negócio de "fazer tipo". Sabe assim: "Ah... fulano não faz meu tipo"?. Expressãozinha típica de quem, no mínimo, tá fazendo um tipo danado de sem-noção.
Falo isso por experiência própria. Sim. O meu tipo sempre foi um morenão (negro, então, é o céu!), alto, mais velho, mais cheinho (é, minha teoria é bastante palpável a respeito: veja bem, é bom abraçar um cara gordinho, vc fica tão mais cheia parece, nada fica "despreenchido"), que goste de ler ou, ao menos, esconda uma inteligência que minha grande perspicácia iria notar e então, pronto! Fez o meu tipo.!
Esse sim era um tipão, digno de minha admiração, paixão, química e sei lá quais são os outros tipos de atração que sugere que qualquer "tipinho" (abaixo dessa categoria, claro está), não chamaria a menor atenção do mundo. Logo, se aparecesse um Brad Pitt (um baita tipo para umas e outras por aí), de certo passaria batido, né, dona Tipona?
Pois bem. Eis quão ridícula é essa classificação. E olhe que eu não vou me aprofundar na categoria mais poética, mais leve, e mais camoniana da questão tipificada. Tô falando de química, de mão-aqui-mão-ali, de all star com salto alto, de sertaneja com rockeiro, de coisa e talz e talz e coisa, e dali coisa, sabe?!
Seguinte! Situação bem atípica na minha vida pacata: 
(i) cara mais don juan que chegou na maior marra, como se ele tivesse pouco tempo para ser meu brinquedinho de diversão e vice-versa e, como se não bastasse, ainda me levaria para o porta-malas, assim, bem no maior estilo de "quanto mais apertado, melhor" e... no ponto da doçura.
(ii) O viciado mais cheiroso de vinho e cigarro e com os olhos azuis mais cheios de má intenções que eu tive o prazer de gargalhar na cara dura e... no ponto da suavidade. 
(iii) O baixinho, branquinho que visita semanalmente os meus sonhos, e sempre com a mesma marra e o mesmo cheiro e... no ponto da saudade (sem juízo, por sinal). 
(iv) O cara mais novo que eu e que parecia que já tinha caminhado bem mais que a "Rainha dos baixinhos" aqui, e... no ponto da sedução. 
(v) O peixinho metido à categoria de "eu deveria levar o prêmio" que riu da minha cara quando quase me afagou, e... no ponto do encanto. 
(vi) O magricelo que tem um abraço, ao mesmo tempo, aconchegante e frágil e... no ponto de "posso ficar mais um pouco pra sempre?".
(vii) E o pior: onde ficou minha grande perspicácia em notar algum vestígio de inteligência nesse tipinho aí?
Pois é. Não ficou.
E lá alguém pensa, reflete ou é uma típica intelectual quando o assunto é: o melhor beijo conjugado com um abraço de porcelana que me preencheu?
Tipo: o cara é o oposto do meu tipo. É o tipinho que eu virei a cara quando o vi. É o tipão que nem em outra vida se tornaria. É tipo... quimicamente instruído para me levar para qualquer lugar.. até... um porta-malas cheio de pernilongo. É, desculpe o trocadilho, o meu ponto Gê!


Quer saber? E lá, por acaso, as melhores coisas da vida têm juízo, têm tipologia, têm cores, têm altura, têm livros , têm peso, têm lugares ideais para rolar, têm cronômetro, têm previsibilidade?
Não, né?! E tomara que assim o seja para todo o sempre.

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E bem... "posso mandar um beijo"?
Então queria mandar um beijo
para o Fumadinho,
o carinha mais tipinho que me aconteceu.
E sim, Gê.,
eu perguntei de vc quando fui embora.


domingo, 6 de março de 2011

Sabe assim... Inveja? ;D

": Se eu ficar feia? : Eu fico míope.
: Se eu ficar triste?: Eu viro um palhaço.
: Se eu ficar gorda? : Eu quebro o espelho.
: Se eu ficar velha?: Eu fico velho junto.
: Se eu ficar rouca? : Eu fico surdo.
: Se eu ficar chata?: Eu te faço cócegas."

sexta-feira, 4 de março de 2011

Apertadinho, mas cabe.



Lembranças cabem em Músicas. Músicas cabem Histórias. Histórias cabem em contos de fadas. Contos de fadas cabem na infância. Infância cabe em qualquer idade. Idade cabe na certidão de nascimento. Nascimento cabe na manjedoura. Manjedoura cabe na História da Salvação. Salvação cabe na cruz.




Família cabe numa amarelada foto. Foto cabe na surpresa. Surpresa cabe no beijo. Beijo cabe na chuva. Chuva cabe no verão. Verão cabe na sensualiade. Sensualidade cabe em segredos a dois. Segredos vermelhos cabem na Intimidade. Intimidade cabe no buraco da fechadura.




Decote cabe no sutiã. Sutiã cabe numa caixinha de presente. Presente cabe num Oi!. Oi cabe na paquera. Paquera cabe numa piscadela. Piscadela cabe na camaradagem. Camaradagem cabe na política. Política cabe numa cueca.  Cueca cabe numa samba-canção. Canção cabe num ninar.






Saudade cabe num sotaque. Sotaque cabe no Encanto. Encanto cabe em um cheiro. Cheiro cabe num fechar dos olhos para se recordar. Recordar cabe numa oração. Oração cabe na gramática. Gramática cabe na escola. Escola cabe na vida. Vida cabe em lembranças que cabem em músicas, que cabem em Histórias, que cabem em conto de fadas, que...

Poesia em prosa -

"Só na sinfonia de Beethoven o destino chama e torna a chamar, na vida não é assim, há ocasiões em que tivemos a impressão de que alguém estava lá fora à espera, e quando fomos ver não era ninguém, e há outras em que chegámos apenas um segundo tarde de mais, e tanto fazia, a diferença é que, neste caso, ainda podemos ficar a perguntar-nos, Quem terá sido, e levar o resto da vida a sonhar com isso."

José Saramago.